segunda-feira, 27 de maio de 2013

Haicais sem regras.

Pare, agora
Onde estive quem conheço?
Meu eu, vá embora.
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Dúvida imigrante
Fuga numa rota
Contrária à vida.
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Desistência
Vai ver gosta
Do sabor da inexistência.
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Olhe pras estrelas
Tudo vai passar,
somos pequenos

Nada importará.

Fracasso de mim mesmo

Fracasso de mim mesmo
Quem nunca sentiu
O fracasso de si mesmo
O futuro quebrado
Uma resposta num movimento extasiado

Espinho venenoso, penoso
Camufla-se em rochas na beira do mar
Muros cimentados pelo medo da desistência
Frustração tardia por não ter feito a diferença

Entrelaça nas cortinas escuras da madrugada
O silêncio foi feito por lágrimas caladas
Potencial disciplinado com medo de errar

Brilho incandescente, numa súplica – tente despertar.

Escrever e ser

Exclusão social. Um período voluntário e automático para deixar de lado convenções sociais e rotinas programadas.
 É a inspiração do ser humano, geralmente alavancada por algum tipo de decepção, sentimento bom ou puro desabafo. Errôneo é dizer que uma alma escreve por escrever. Quem escreve, grita pelo papel, bate com palavras fixadas numa folha eterna.
 Quem poderá contestar o que um poema ou fragmento quis realmente dizer? Cada frase é composta por experiências individuais. Cada ser tem um jeito de dançar ao seu modo, aderindo identificações com outras pessoas que viveram algo parecido.
 Escrever é, de fato, viver ou ter vivido. Quando não me sinto morto, digo palavras que de minha boca talvez não saísse com tanta fantasia e magnificência que só meus dedos podem expressar.

 No geral, escrever é chorar sem medir, sentir e sorrir em silêncio. Dizer o que não se tem coragem para soltar, remoer e enxergar nosso interior com clareza, sem firmeza, só certeza.

Peito

Pede – vem pra casa, amor
Precisa do seu calor
Quando a noite é fria, não tem sabor
Quando está longe, o peito queima em fervor

Sente as chamas da saudade
Desde o cheiro e toque – morre de vontade
Minha essência pertence nesta eternidade
Envolve a valsa de almas

Numa gaveta de ouro, deixa seu coração
Doce beijo, dorme em paixão
Reascende o calor, esfria a aflição da dor

Acalma o peito  em um sentimento sublime e descontrolado – amor.