quinta-feira, 14 de julho de 2011

Freneticidade ao pé da letra

As linhas que insisto em decifrar perderam-se em falsas imagens e caminhos de risadas que se estapeiam entre um homem perdido e outro completamente lúcido. Minhas mãos já não são as mesmas que antes brindavam aos céus o que jamais podiam-me tirar. O meu chão foi encoberto e a cada tentativa de me erguer ou ser completamente traçado torna-se cada vez mais difícil e me perco em tragédias mal elaboradas, peças vazias de um tom neutro.
Minhas mãos balançam meus dedos sem sentido e soltam palavras em que sinto-me frenético ao escrever. Meus pés já se abatem entre correntes de outras histórias, histórias da qual eu não quero preencher. Essa onda de ideias matutam em mim como badaladas e crio metáforas para expelir essa incrédula vontade de permanecer quieto, com uma extrema antítese de gritar e inerciar minhas cordas vocais.
Minha mente já não se preocupa em seguir normas de escrita. Apenas relampeia a luz em minha cabeça e minha mão continua escrevendo, como um cão que corre por um osso, dependente daquilo que o satisfaz. Vou escrevendo e tornando-me mais puro e aliviado, não tenho fé e muito menos ânimo em saber que alguém o lê, apenas desabafo em areia seca que espera a onda molhar. E não posso seguir passos e trocar o meu estepe bem mais do que calibrado toda vez que me impõem uma história. As luzes deste palco escuro e retocado são minhas, eu não posso viver o cedo em vão.
Acho que sou poeta ou escritor, o negócio disso tudo é expelir tudo o que se sente no papel com minha fiel mente proletarizada, porque sentir todos sentem. A diferença é que, felizmente, consegui esvaecer e expulsar a fumaça da angústia com este fragmento.