Que me joga na face os pecados
E me tira os aliados
Mas eu caminho recolhendo meus pedaços
Para assim tornar-me pleno e bom
A dor que me maltrata me mostra o espelho dos mortais
Me serve de experiência e equilíbrio
Assim como estas palavras que escrevo
Sob lágrimas no papel manchado
Esta dor gratificante e humana traz a reflexão
A reflexão dos simplórios e dos perversos
Que choraram a dor da reflexão na chuva
Ou num grito abafado da sua própria gaiola
Na felicidade posterior do alívio e da paz
Esta dor é profunda e essencial
Como um sopro na poeira, cristaliza nossa essência
Dá a chave de nosso cadeado engaiolado
E só assim, remendando e criando novos sorrisos e dores
Podemos sentir e amar
Gritar e chorar, sofrer e percorrer toda frota de nós mesmos
As feridas fazem parte em atingir
A pureza e bondade errônea sem jamais regredir.