Grite sempre que puder, grite exterior e interiormente, me diga o que está acontecendo, desabafe, mas nunca me pergunte como é sentir o que eu sinto. Eu não sei explicar. Vista seu amor e use-o assim como é usada a raiva, nascidas para destruir e criar. É relativo e abstrato seus pensamentos, mas sabe que são reais, são sensíveis, são humanos de verdade. Não entende porque geralmente pensa que nasceu ao contrário, em termos de percepções; como um ser efêmero se perguntando sempre o por que, sem fazer barulho, só gritando por dentro e não compreendendo as palavras que saem da boca do próximo, na capacidade de quase não compreender o porque está respirando. Ao mesmo tempo que entende tudo ao contrário, como não preza a vastidão em seu corpo tomada pela solidão e ao mesmo tempo ama isso, ama ficar sozinho. Ama ficar louco sozinho. Mas também ama o seu ambiente, ama a magia humana, ama os seus amigos reais, do qual os chama de irmãos, o olho no olho. E constata que está vivo, fica feliz por um sórdido tempo que não perdeu sua sensibilidade interior. Mas ele ama toda a vastidão. Escura. Completa. Insana. Sana. Heróica, que o faz questionar o porque nasceu já querendo dormir.